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domingo, 26 de junho de 2011

Restrição calórica e o envelhecimento

"Nada é veneno, e tudo é veneno; a diferença está na dose."
(Theophrastus Bompart)
Há bastante tempo um dos grandes objetivos da ciência é o prolongamento dos nossos dias aqui na Terra. Já falamos sobre várias formas de se acelerar o envelhecimento, como o acumulo de danos por espécies reativas de oxigênio (ERO’s), diminuição gradual do tamanho dos telômeros, e envelhecimento por radiação solar. Agora apresentamos uma teoria de retardo do processo de envelhecimento: a restrição calórica.
Por definição, restrição calórica é diminuir a ingestão de calorias diárias em cerca de 20% a 30% do ad libitum (alimentação a bel-prazer), de tal forma que não faltem os nutrientes essenciais para o organismo.
Como sabemos, a mitocôndria é a principal fonte de EROs, local de produção de superóxido durante a cadeia de transporte de elétrons (etapa da respiração celular), primeiramente no complexo I (NAD desidrogenase) e no complexo III (ubiquitina citocromo C redutase). Em condições normais, o citocromo III é o principal produtor de EROs.

Sabemos também que quanto maior a quantidade de glicose disponível na célula, maior será a taxa de respiração celular e, por consequência, maior a liberação de radicais livres e maior o dano oxidativo ocasionado, implicando envelhecimento.
Além disso, a redução da concentração de glicose no sangue é consequência óbvia da restrição de calorias na alimentação, o que faz com que se diminua a liberação de insulina pelas células β do pâncreas, e a diminuição na deposição de tecido adiposo, sobretudo de gordura branca (adipócitos brancos armazenam triglicerídeos em forma de gota que ocupa grande parte do citoplasma, deslocando o núcleo da célula para a periferia). Pesquisas recentes demonstram que o tecido adiposo branco, além de armazenar energia, também funciona como um órgão endócrino, secretando hormônios ativos para todo o corpo, e distúrbios na produção desses hormônios acarreta desequilíbrios no corpo.
Ainda não se pode afirmar que há uma relação direta entre redução calórica e maior longevidade humana, mas há grandes evidências da sua eficácia. Segundo cientistas, por exemplo, a escassez de comida durante a Segunda Guerra Mundial esta relacionada à diminuição dos casos de morte por doença coronariana. Pesquisas em pessoas em restrição calórica demonstra uma melhora nos fatores que podem acarretar doenças coronarianas, como o perfil lipídico e pressão sanguínea. No entanto é bem difícil estabelecer o valor saudável de calorias para a restrição, uma vez que há diferentes fatores que devem ser levados em consideração, como por exemplo: composição corporal, gasto energético total segundo estágio de vida e gênero e a duração da restrição calórica.

Bibliografia:

Escrito por: João Paulo Yoshio da Silva


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