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sábado, 9 de julho de 2011

A reveladora p66


A obesidade, as síndromes metabólicas e o dibetes tipo 2 estão entre os maiores problemas de saúde pública a nível mundial, e espera-se que estes permaneçam assim por um bom tempo se as pessoas, adaptadas a regimes de dietas hipercalóricas e de recuso a prática de atividades físicas (sedentarismo), não mudarem seu estilo de vida. Como núcleo destas condições de saúde está a resistência a insulina, que em relação ao processo de envelhecimento atua acelerando-o.
A resposta a todos estes problemas, do ponto de vista bioquímico, pode estar na proteína adaptadora p66shcA. Estudos realizados em camundongos revelaram que o grupo cujo gene da proteína não estava ativo (p66KO) e o grupo selvagem (p66WT) tornaram-se obesos sob uma dieta ad libitium, no entanto a deficiência em p66shcA mostrou exercer um efeito protetor na acumulação de gordura independente da alimentação empregada e estender o tempo de vida. Ademais, a deficiência em p66shcA melhorou a tolerância à glicose em camundongos p66KO e atenuou a desenvolvimento de resistência à insulina independente da massa corporal. Observou-se também que a p66shcA atua na fosforilação do resíduo serina da molécula IRS-1, maior sinalizador de insulina (responsável por ativar a proteína cinase p70S6 associada a resistência a insulina induzida pela obesidade), desativando-a.   
Por influenciar na quantidade de massa corpórea e no período de vida e participar na sinalização da insulina, promovendo a acumulação de gordura induzida por insulina; os estudos sugerem que a proteína p66shcA é um dos principais agentes no processo do envelhecimento e na resposta a ser tomada pelo organismo quando submetido a uma quantidade excessiva de nutrientes.  Logo, uma modificação provocada na proteína p66shcA, que causasse sua desativação, poderia intensificar a longevidade e a sensibilidade à insulina. 

Referência bibliográfica: artigo "Mammalian life-span determinant p66 mediates obesity-induced insulin resistance" do Institutes of General Pathology, Laboratory of Cell Signaling, Physics, and Biochemistry and Clinical Biochemistry, Università Cattolica Medical School, 00168 Rome, Italy

Autor: Diogo Cordeiro


Quando vai dar errado...a metiltransferase ajuda a reparar

A acumulação de alterações (por oxigênio, água, e outros metabólitos abundantes) não medidas por enzimas em proteínas estão relacionadas com o processo de envelhecimento normal, assim como o Alzheimer, a aterosclerose, e o diabetes. A fim de limitar as alterações maléficas em suas proteínas o organismo possui, além da atividade proteolítica intracelular (mediada por lisossomos e proteossomos), várias estratégicas: defeitos em ligações covalentes são reconhecidos e eficientemente reparados (restaurando a atividade de proteínas danificadas) por certas enzimas, tais como prolil cis-trans isomerase, metionina sulfóxido redutase, dissulfeto isomerase, etc.
 Uma danificação comum em proteínas é a espontânea conversão intramolecular de resíduos de L-aspartato e L-asparagina a resíduos de L-succinimido, seguida prontamente de hidrólise não enzimática do anel succinimídico em seu grupo carbonilo gerando resíduos normais de aspartato e resíduos de isoaspartato, nos quais a sequência peptídica procede preferencialmente pelo β-carbonilo que a metade α-carbonilo (dita reação está simplificada na figura abaixo). O succinimido atua mais rapidamente na racemização que elementos formados por cadeias carbônicas abertas, e a hidrólise do D-succinimido (provinda da racemização) produz D-aspartato e D-asparagina (formas estranhas de resíduos de aminoácidos para o organismo, já que as proteínas em mamíferos são constituídas maioritariamente por isômeros de resíduos tipo L). Certos arranjos estruturais proteicos favorecem a formação de succinimido (a partir de L-aspartato e L-asparagina), e a presença de aspratato danificada nestes locais onde a alteração é favorecida culminam em mudanças drásticas da estrutura, função e imunogenicidade da proteica danada. Para limitar o acúmulo de resíduos de aspartato danificado em proteínas celulares, todos os tecidos dos mamíferos possuem uma enzima chamada L-isoaspartato (D-aspartato) O-metiltransferase, a qual utiliza S-adenosil-L-metionina (AdoMet) para metilar L-aspartato (e menos eficazmente D-aspartato), sem alterar os resíduos normais de L-aspartato.  A desesterificação não enzimática destes resíduos de aspartato metiolados os fazem retornar a forma de succinimido muito mais rapidamente que na ausência de metiolação (lembrando que pelo fato da desesterificação, neste caso, não depender de enzimas, ela ocorre de forma espontânea no organismo, porém o tempo desta reação sem a metiolação dependerá apenas da temperatura e como o organismo tende a manter a temperatura constante, notifica-se letidão na velocidade de reação), resultando na eventual conversão da maioria dos resíduos danificados em L-aspartato reparado. A figura a seguir exemplifica os processos abordados neste parágrafo:
Com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre esta enzima de reparação, científicos realizaram estudos comparando o comportamento de camundongos que não possuíam a enzima reparadora (gene de expressão desta enzima foi desativado neste grupo) citado no parágrafo anterior (Pcmt1 -/-), apresentando elevado nível de resíduos danificados e morrendo aos 42 dias; com camundongos transgênicos que possuíam as mesmas características do grupo anterior, porém com uma Pcmt1 cDNA de camundongo sob controle de um promotor neurônico específico, passando a ter a atividade da enzima reparadora de 6,5% a 13% igual a de camundongos selvagens no cérebro, no entanto pouca ou nenhuma atividade em outros tecidos, estes viveram cinco vezes mais que os não transgênicos e acumularam  apenas a metade de resíduos de aspartato danificado nas proteínas do tecido nervoso.
O alto nível de atividade da enzima reparadora em células cerebrais de camundongos selvagens, o rápido acúmulo de resíduos danificados por falta de metiolação (principal ação da enzima) nas células nervosas dos camundongos não transgênicos (não possuem a enzima reparadora) e o consequente aumento em distúrbios funcionais destes levaram os cientistas a concluir que enzima tem um papel fundamental no bom funcionamento cerebral. Já tendo esta parte do conhecimento bem esclarecida e elaborada, os investigadores começaram a analisar os dados encontrados no grupo dos camundongos transgênicos (que possuem parte da atividade enzimática funcional no tecido nervoso) a fim de explicar a função desta enzima em outros tecidos que não o cerebral. Como dito anteriormente, apesar de apresentar atividade de apenas 6,5% a 13% no cérebro, estes camundongos sobreviveram muito mais tempo, fato que auxilia a fortificar a importância desta enzima para a manutenção do tecido cerebral.
O fato dos camundongos transgênicos viverem por mais de 100 dias, possibilitou a elaboração de exames a longo termo da atividade de resíduos danificados em órgãos periféricos, nos quais a metiltransferase (reação da enzima) não se realizava. Para surpresa das pessoas que acompanhavam o estudo, não foram encontrados defeitos nestes órgãos (análises patológicas negativas). Notificou-se também que o acúmulo de resíduos de aspartato danados aumentava em relação ao envelhecimento em camundongos relativamente jovens e passava a apresentar níveis constantes a partir dos cem dias de idade. Logo, se supõem que os tecidos não cerebrais, órgão periféricos (quando em situação de insuficiência de reparo proteico a partir de metiltransferase), forçam as vias de degradação proteica (proteólise) limitando a concentração de proteínas alteradas por resíduos de aspartato danificados.
Concluindo, a habilidade das vias proteolíticas em amenizar a acumulação de resíduos de aspartato danificados mostra-se insuficiente para a prevenção de distúrbios quando o organismo carece da reação de metiltransferase da enzima reparadora. Assim, evidencia-se a importância da metiltransferase (pelo menos em pequenas quantidades no tecido cerebral) na diminuição dos níveis de resíduos danificados como via auxiliadora dos mecanismos de degradação já realizados (pois a atuação reparadora da metiltransferase impede a extrapolação dos níveis normais que este mecanismo pode aguentar). Outra justificativa para a importância desta enzima, principalmente para as proteínas do tecido nervoso, é que a proteólise de proteínas que contem modificações (ligações) covalentes, importantes para o conhecimento e a memória, podem ter efeitos negativos para o organismo, pois provavelmente as proteínas que repõem as degradadas (no tecido nervoso) podem não apresentar as modificações apropriadas. Já em outros tecidos, como comprovado pelas análises antes citadas, não se sabe ao certo qual a importância da metiltransferase, pois eles são capazes de funcionar relativamente bem com o excesso de resíduos de aspartato danificado (os camundongos transgênicos viveram cinco vezes mais que os não transgênicos). Presume-se que os camundongos seriam mais susceptíveis a diversas patologias na ausência da atividade da metiltransferase (porém, não se pode afirmar, pois o estudo foi realizado em ambientes altamente controlados).

Referências bibliográficas: artigo "Limited Accumulation of Damaged Proteins in L-Isoaspartyl (D-Aspartyl) O-Methyltransferase-deficient Mice" do Department of Chemistry and Biochemistry and the Molecular Biology Institute, UCLA, Los Angeles, California 90095-1569, the §Gladstone Institute of Cardiovascular Disease, San Francisco, California 94141-9100, and the Department of Medicine and the Cardiovascular Research Institute, University of California, San Francisco, California 94143  

Autor: Diogo Cordeiro

Para aproveitarmos bem todas as estações do ano!

Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça...
Mário Quintana


Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.
(Clarice Lispector )

Rapidinhas: Inflamação e tumores.Idosos resistentes a câncer?

                A resistência a determinados tipos de câncer em indivíduos idosos, já um fato. No entanto, não se pode negar que isso contraria a maior parte do que se sabe a respeito da relação entre senescência e proliferação celular.
                Realmente mais suscetíveis ao surgimento de neoplasias, os idosos apresentam uma vantagem espetacular com relação a tumores dependentes de inflamação. A capacidade limitada em pessoas senis de mobilizar uma resposta inflamatória satisfatória impede que fatores essenciais ao crescimento de cânceres desse tipo sejam estimulados. Tumores dependentes de inflamação possuem fatores que estimulam a resposta inflamatória, assim a ação da inflamação terá como consequência o estímulo à angiogênese e a liberação de  fatores anti-apoptóticos propiciando assim o crescimento tumoral.
                A atividade de regulação da divisão celular é realmente reduzida em idosos. Mas esta descoberta permite explicar o porque de diversos tipos de tumores terem sua frequência de ocorrência reduzida com a velhice.

Escrito por: Laio Victor
Referências bibliográficas: Revista medicina atualizada. Edição 6. Pág.18 ;http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0047637408001589




Rapidinhas: Prática de exercícios e fatores tróficos

                Em complemento ao post anterior vai aqui uma breve explicação de como a prática de exercícios físicos ajuda reverter efeitos do envelhecimento muscular e neurológico.
                A explicação deriva de uma noção bastante dedutiva. Por instinto todos os animais são programados para a luta pela própria sobrevivência. Assim ,no mundo animal, evidenciamos que quase toda a ação de luta ou fuga é sucedida pelo aprendizado. Animais literalmente aprendem a evitar o perigo depois que o vivenciam. Esta mesma relação é válida para humanos. A prática de exercícios musculares estimula a produção de fatores tróficos, responsáveis por aumentar o número de sinapses neuro-musculares, além disso foi observado que após a realização de atividades físicas há um aumento na neurogênese em uma região específica do cérebro conhecida como hipocampo.
                Isso até mesmo nos ajuda a entender porque geralmente se diz que é bom praticar exercícios físicos antes de estudar. A apreensão de informações é favorecida após a atividade física.               
                Dessa forma a atividade física seria um meio de retardar a perda de funcionalidade muscular e o déficit cognitivo em indivíduos idosos.
                               


Escrito por Diogo Cordeiro
Referências bibliográficas: Stevens Rehen. Corra,Stevens,Corra; Revista Ciência Hoje, 25/02/2011

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Magros e Inteligentes

Contrariando a ideia mais aceita de que a maioria das alterações do sistema nervoso central e periférico associadas ao envelhecimento é causa secundária da degradação de neurônios, estudos recentes mostram que há apenas pequenas mortes neuronais nas diversas áreas do sistema nervoso envelhecido. Logo, várias explicações foram elaboradas, sendo uma particularmente atrativa e eficaz: as mudanças mentais relacionadas ao envelhecimento são resultado de modificações sinápticas (exemplificando – alterações no número de sinapses, espinhas dendríticas, plasticidade sináptica, etc.).
A dieta hipocalórica e o exercício físico, após séries de estudos científicos, mostram-se como dos regimes de estilo de vida que, além de estender o prazo desta, podem mitigar os câmbios neurofuncionais, que tendem a aumentar com o avanço da idade. Todavia, o estudo celular básico da alteração da atividade mental relacionada ao envelhecimento é algo obscuro para os investigadores, não sendo possível especificar exatamente qual dos dois regimes (dietas hipocalóricas ou exercícios físicos) é o mais eficaz. Esta dificuldade encontrada nas investigações é consequência da complexidade e diversidade da neurófila sináptica no cérebro, a qual impede análises detalhados do envelhecimento das sinapses centrais.
A fim de sanar o impedimento apresentado no parágrafo anterior, pesquisadores usaram como objeto de estudo junções neuromusculares esqueléticas (NMJ – da sigla em inglês, skeletal neuromuscular junctions), que são ideais para a análise da estrutura sináptica por serem altamente acessíveis, relativamente simples, funcionalmente uniformes, e extremamente maiores que as sinapses centrais em seu tamanho e forma, sendo possível a análise por microscopia de luz.
O artigo “Attenuetion of age-related changes in mouse neuromuscular synapses by caloroc restriction and exercise” notifica a diferenciação entre a estrutura neuromuscular de camundongos jovens (young adult) e velhos, caracterizando e quantificando as alterações observadas ao longo do tempo nestes (transgênicos nos quais os axônios motores foram marcadas permanentemente por proteínas fluorescentes). Desta maneira, foi possível observar os efeitos da dieta hipocalórica e dos exercícios físicos nas alterações sinápticas, de acordo com as imagens apresentadas abaixo:

Dieta Hipocalórica
Exercícios Físicos

A partir dos resultados do estudo e da análise dos gráficos elaborados por este (representados acima) documentou que ambos regimes (dieta hipocalórica e exercícios físicos) são capazes de atenuar ou, até mesmo, retrasar a queda neural e neuromuscular relacionadas ao envelhecimento. De modo geral, a incidência de estruturas pós-sinápticas fragmentadas, e parcialmente ou completamente desnervadas apresentou-se menor em animais exercitados e ou calorificamente restritos. No entanto, observou-se uma diferenciação da resposta do organismo em vários aspectos dependendo do regime implantado ao camundongo analisado. Primeiro, os efeitos do exercício físico em segmentos de axônio sem oposição às regiões sinápticas são menos notáveis que os da dieta hipocalórica; pois a frequência de interrupção terminal, atrofia do axônio, e inchaço do mesmo são reduzidos por aquele regime e não por este regime. Segundo, apenas a dieta hipocalórica (não há participação dos exercícios físicos neste processo) amenizam a perda de neurônios motores e fibras musculares invertidas relacionada ao envelhecimento. Estas diferenças de respostas são cruciais para os estudos desta área, pois sugerem que os efeitos dos exercícios físicos na estrutura sinápticas não são consequências indiretas da pouca quantidade de neurônios motores e fibras musculares. Finalmente, como última diferença (a qual parece ser a mais óbvia das encontradas), a dieta hipocalórica afeta a musculatura corpórea em sua totalidade e os exercícios físicos apenas na musculatura excitada; logo, se supõem que o efeito de exercícios físicos na sinapse é resultado de interações locais por haver benefícios em uma área mais restrita.   
Os diferentes efeitos dos regimes de dieta hipocalórica e exercícios físicos nas junções neuromusculares esqueléticas (NMJ) leva a seguinte conclusão: eles atuam através de distintos mecanismos. No entanto, camundongos com dieta hipocalórica são mais ativos que os que se alimentam normalmente (no estudo por ad libitium), logo alguns efeitos deste regime poderiam ser secundários e mecanicamente análogos às alterações provocadas pelo exercício físico.  E os tempos de análise dos dois regimes no estudo realizado se diferem extremamente, pois a dieta é empregada já no adulto jovem e segue-se a observação durante seu período de vida, porém o exercício físico é analisado apenas por um mês em um camundongo velho; assim, a perda de neurônio motor e fibras musculares invertidas já é bastante acentuada quando estuda-se os efeito do exercício físico, sendo a condição do organismo (velho) desfavorável para o melhor entendimento deste mecanismo, dificultando a ocorrência de alterações benéficas.
Concluindo, a dieta hipocalórica faz decair significativamente a incidência de anomalias pré e pós sinápticas, e atenuar a perda de neurônios motores e fibras musculares invertidas (relacionada ao processo de envelhecimento). Já os efeitos dos exercícios físicos na estrutura das junções neuromusculares esqueléticas (NMJ) levam não apenas a mera diminuição do ritmo das alterações provocadas pelo envelhecimento como também reversão das alterações maléficas já ocorridas. Assim, este estudo comprova que regimes adotados principalmente como o objetivo de estender o período de vida saudável atuam diretamente na reversão de alterações sinápticas provocadas pelo envelhecimento.

Referências bibliográficas: “Attenuation of age-related changes in mouse neuromuscular synapses by caloric restriction and exercise” Department of Molecular and Cellular Biology and Center for Brain Science, Harvard University, Cambridge, MA 02138; and Laboratory of Genetics, The Salk Institute for Biological Studies, La Jolla, CA   

Autor: Diogo Cordeiro




Teoria Mitocondrial do Envelhecimento – justificativa das mulheres viverem mais do que os homens


Visão Geral da Mitocôndria
A mitocôndria é uma organela celular cuja existência é fundamental à vida humana. Em tal organela se processa a maior parte da respiração celular, responsável por constituir a maquinaria energética da célula, fornecendo energia por meio da hidrólise de ATP obtida a partir das reações químicas que ocorrem durante a respiração celular.

Entretanto, a mitochondria libera, em seus processos oxidativos, espécies reativas de radicais livres do oxigênio, para os quais há uma teoria proposta por Harman em 1956 relacionando-os aos processos do envelhecimento.

A Teoria Mitocondrial do Envelhecimento
Mais de 90% do oxigênio utilizado por células aeróbicas é consumido por mitocôndrias, e cerca de 1 a 2% do oxigênio usado pelas mitocôndrias de mamíferos não forma água, e sim um ânion superóxido, que é convertido a peróxido de hidrogênio(H2O2).
 As espécies reativas de oxigênio e o peróxido de hidrogênio são capazes de causar dano oxidativo a proteínas, lipídios e DNA. A geração contínua dessas substâncias produzem um estresse oxidativo crônico, que estará diretamente relacionado à idade e atualmente é conhecido o fato de que o dano oxidativo ao DNA mitocondrial, proteínas e lipídios ocorrem ao longo do tempo e há estudos que demonstram maior concentração dessas substâncias oxidativas em indivíduos mais velhos.

Justificativa das mulheres viverem mais do que os homens
Vários estudos foram feitos com diversas espécies de animais e uma conclusão é feita: fêmeas vivem mais do que machos. Com a espécie humana, não é diferente, apesar de haver teorias de cunho sócio-cultural que contribuem para explicar tal fato, como o fato de mulheres procurarem mais os serviços de saúde do que os homens. Entretanto, tem-se demonstrado que a importância mitocondrial no envelhecimento pode ser uma grande influente na explicação de tal fato, uma vez que as mitocôndrias masculina e feminina apresentam algumas peculiaridades entre si que provavelmente estão diretamente relacionadas com o fato das mulheres viverem mais.
As mitocôndrias hepáticas de fêmeas produzem aproximadamente 50% da quantidade de espécies oxidantes produzidas por machos. Houve pesquisas que demonstraram que a retirada do ovário faz a mitocôndria feminina produzir tais espécies reativas em quantidades semelhantes à mitocôndria masculina. Entretanto, a terapia complementar com estrógeno evidenciou um retorno à situação de normalidade, ou seja, redução de 50%. Tal fato explica a importância do hormônio estrógeno na redução da produção de radicais livres que promoverão o envelhecimento. Além disso, foi evidenciado que o dano provocado ao DNA mitocondrial pelos radicais livres é maior no macho do que na fêmea.
Uma alternativa que tem sido procurada para aumentar a expectativa de vida média do homem é a de induzir os efeitos benéficos do estrógeno feminino na diminuição dos radicais livres sem provocar o aparecimento de características femininas.

Referências Bibliográficas:
- VIÑA, J. et al. Mitochondrial Theory of Aging: Importance to Explain Why Females Live Longer Than Males. ANTIOXIDANS & REDOX SIGNALING volume 5, number 5, 2003.
- MATTOS, I. L. et al.
Peróxido de hidrogênio: importância e determinação. Quím. Nova vol.26 no.3, São Paulo, 2003.


Escrito por: João Paulo Yoshio da Silva

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Doença de Parkinson

Como se sabe, essa é uma doença que comumente se apresenta em pessoas de mais idade. É caracterizada por uma disfunção progressiva ou morte de neurônios, principalmente aqueles que secretam dopamina. Esta substância é de importante no que diz respeito ao controle e execução dos movimentos. A doença ataca a área do cérebro responsável por essas funções motoras, sendo que, os principais sintomas são enrijecimento muscular, tremores, lentidão de movimento e instabilidade de postura.
Duas proteínas principais estão relacionadas com a doença. Estas são a alfa-sinucleína e a parkina. A doença é causado por defeitos na constituição destas proteínas, o que leva ao acúmulo dos chamados corpos de Lewy ( referencia àquele que observou pela primeira vez estas estruturas ). Estes corpos só são visíveis através do mocroscópio.
Os defeitos genéticos nos genes da alfa-sinucleína ou da perkina. São duas formas familiares da doença de Parkinson, mas também podem ocorrer de forma simultânea. A forma não familiar da doença pode ocorrer devido a algum defeito que leve a inativação de enzimas responsáveis pela degradação da alfa-sinucleína e/ou da parkina.
O gene PARK1, que codifica a alfa-sinucleína,codifica 144 aminoácidos que vão formar a proteína em questão. Esta proteína atua na sinalização entre neurônios. As mudanças ( mutações ) desta proteína são pouco conhecidas, mas sabe-se que as alterações que causam as modificações são extremamente sensíveis, chegando a mudar apenas um aminoácido.
Outro gene que pode ser alterado,inclusive ocorrendo com maior frequência, é o gene PARK2, que vai codificar a proteína parkina. Esta proteína possui vários domínios , que são comuns a outras proteínas, que sofrem mutações importantes na doença de Parkinson.
Outro fator relacionado com a doença de Parkinson,refere-se a presença de íons metálicos e radicais livres, os quais são produzidos normalmente nas reações metabólicas do organismo. Estes elementos podem causar lesões cerebrais e provocar a oxidação de proteínas, levando a disfunção das mesmas.


Referências bibliográficas:
Envelhecimento e neurodegeneração: uma visão bioquímica,
http://fourier.lambda.ele.puc-rio.br
Escrito por: Elker Ávila

Síndrome de Werner

Conceito
A síndrome de Werner é uma doença hereditária autossômica recessiva rara em que seus portadores apresentam sintomas de envelhecimento precoce (pode ser denominada também de síndrome do envelhecimento precoce) associado a dois principais fatores: diferentes graus de intolerância a glicose e hipogonadismo. Além disso, outras comuns manifestações que caracterizam essa doença são:
- aparição de alterações na pele (há áreas com hiperpigmentação, perda precoce de cabelo e unha amarelada e quebradiça)
- calcificações subcutâneas;
- arteriosclerose prematura
- catarata.

Histórico
A síndrome de Werner foi reportada pela primeira vez no ano de 1904 por Otto Werner, que descreveu os casos de quatro membros de uma mesma família com quadro sugestivo de esclerodermia, catarata e sinais de envelhecimento precoce. Atualmente, a doença permanece classificada como rara e até hoje foram descritos aproximadamente 1.000 casos de portadores da síndrome de Werner em todo mundo, sendo que 75% desses portadores são japoneses.

Etiologia
A fisiopatologia da síndrome de Werner tem como causa um defeito na enzima DNA Helicase, cuja função é de reconhecer a origem de replicação da molécula de DNA e desenrolar sua dupla hélice, utilizando energia derivada da reação de hidrólise da molécula de ATP. Devido à ação da DNA Helicase, a cadeia dupla da molécula de DNA é convertida em duas cadeias simples antiparalelas. Na síndrome de Werner, há uma mutação no gene WRN, que é responsável por codificar a DNA Helicase.

Aspectos clínicos
A síndrome de Werner é caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas semelhantes ao envelhecimento em estágios precoces de suas vidas. Seu quadro cutâneo é similar ao da esclerose sistêmica, sendo que alguns casos de síndrome de Werner são confundidos inicialmente com esclerose sistêmica.
O hipogonadismo é uma alteração importante no desenvolvimento da doença, tal termo médico indica um defeito no sistema reprodutor que resulta na redução da função dos ovários ou dos testículos, afetando sobretudo produção de hormônios e gametas.
Há uma tendência de os cabelos se apresentarem grisalhos desde cedo e um espessamento cutâneo da face e extremidades. Além disso, pode haver calcificação em partes moles do corpo, conforme pode ser visualizado na radiografia abaixo:

É comum ocorrer também aterosclerose prematura, que se deve em grande parte aos baixos níveis de HDL (“colesterol bom”) e altos níveis de LDL (“colesterol ruim”), evidenciando um quadro de hiperlipidemia.

É comum também uma perda de sensibilização à insulina, o que provoca diabetes mellitus do tipo 2. Outras alterações de não-rara ocorrência são: úlceras cutâneas, osteoporose, disfunção da tireoide, atrofia muscular, produção de catarata e voz estridente.
O diagnóstico é feito em média aos 36 anos de idade. A expectativa média de vida de um portador da síndrome de Werner é de 46 anos, sendo que as principais causas de morte incluem doenças malignas, acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio.

Referências bibliográficas:
- KAYSER, C. et al. Síndrome de Werner Associada a Quadro Esclerodermiforme: Relato de Caso e Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 48, p.125-130, mar/abr, 2008.
- HAUACHE, O. et al. Síndrome de Werner: aspectos clínicos e endocrinológicos. Arq. Bras. Endocrinol. Metab.; 37(4):187-95, dez. 1993.
http://www.ufpe.br/biolmol/Genetica-Medicina/progeria1.htm

Escrito por: João Paulo Yoshio da Silva



quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vitamina C:mais do que antioxidante um potencial agente anti-rugas

           O ácido ascórbico, mais comumente conhecido como vitamina C, é uma das principais vitaminas relacionadas à manutenção das funções fisiológicas vitais do organismo. Hidrossolúvel e termolábil o ácido ascórbico pode ser encontrado na natureza sob duas formas alternáveis por meio de uma reação reversível, a forma oxidada conhecida como ácido deidroascórbico é pouco solúvel em água sendo obtida de sua forma reduzida por meio da captação de hidrogênios iônicos na respiração celular. De maneira geral deriva daí parte da ação antioxidante da vitamina C. 




       O ácido ascórbico não é sintetizado pelo organismo humano devido à ausência da enzima gulonolactona oxidase capaz de realizar esta síntese a partir da glicose. De fundamental importância para a manutenção da integridade do endotélio e coesão da camada dérmica dentre várias outras funções. A vitamina C já foi utilizada como forma de retardar efeitos da velhice e prevenir o câncer.



    O AA atua em vias bioquímicas de síntese de colágeno como cofator das enzimas lisil e prolil hidroxilases, responsáveis pela hidroxilação das partes de prolil e lisil nos polipetídeos precursores do colágeno. Com isso a molécula passa a assumir a conformação triplo helicoidal podendo ser lançada à matriz extracelular como procolágeno e posteriormente transformada em tropocolágeno cuja interassociação dará origem às fibras colágenas. A ação do AA consiste em impedir a oxidação do ferro componente das enzimas prevenindo assim a sua auto-inativação..
                A grande importância da vitamina C para a integridade da derme provém do fato de esta ser capaz de estimular a produção de colágeno e a proliferação de fibroblastos mesmo em indivíduos senis, nos quais essas funções são reduzidas. Essa relação destoa dos eventos celulares senis tradicionais, neste caso a disfunção observada não se dá devido à baixa atividade genética no estímulo à produção de colágeno, mas sim à falta de cofatores do processamento póstranslacional.
                Com isso observa-se a potencialidade do uso da vitamina C como fator de manutenção da coesão cutânea. Problemas relacionados à utilização tópica como a adaptação da forma de absorção pelo tecido conjuntivo à condições de pH e solubilidade são enfrentados. Apesar disso, formas de aplicação percutânea revelaram respostas positivas no claremaneto cutâneo, sobretudo devido a funções da vitamina C relacionadas ao metabolismo do tecido conjuntivo, inibindo assim a melanogênese por meio da ação de um dos seus produtos sobre a tirosinase.
                Enfim, as ações da vitamina C vão além da simples contenção da atividade oxidativa de radicais livres. Possui função altamente eficiente na redução dos efeitos do envelhecimento epidérmico, característica dita ‘idade-dependente’ e uma das principais que compõem o chamado fenótipo senil.


            Postado por: Laio Victor
Referências Bibliograficas: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962003000300002&script=sci_arttext                                                                                                                                                         

terça-feira, 5 de julho de 2011

Galera, estamos recebendo visitas internacionais!!!!

Doença de Huntington


Essa doença, apesar de pouco conhecida, também está relacionada com o envelhecimento. Comumente, afeta pessoas com mais de 40 anos, levando a morte aproximadamente dez anos após se manifestar. É uma doença hereditária rara que tem como principais consequências clínicas convulsões de desgaste mental.
É causada por um gene defeituoso. Este gene, observado no cromossomo 4, existem cerca de 36 repetições da trinca de nucleotídeos CAG. Em indivíduos normais, esta sequência, geralmente, não possui mais do que 20 repetições,revelando o erro que causa a doença. Sempre lembrando que nucleotídeos são blocos formadores de DNA, o principal componente do mesmo. A trinca CAG é responsável pela codificação do aminoácido glutamina.
Quando este gene defeituoso codifica uma proteína, esta será chamada de huntingtina e a frequência com que esse aminoácido glutamina nesta proteína é extremamente elevada. Apesar de a doença de Huntington se apresentar como uma doença neurodegenerativa, a proteína que caracteriza a doença ( huntingtina ) pode ser encontrada em qualquer célula do corpo


Referências bibliográficas:
-http://html.rincondelvago.com/movimientos-involuntarios.html
-http://fourier.lambda.ele.puc-rio.br


Escrito por: Elker Ávila

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Tratando-se mais uma vez de estresse oxidativo, estudos vêm sendo desenvolvidos na área de antioxidantes. Esses seriam obtidos na forma de suplementos alimentares,dessa forma, busca-se diminuir o acúmulo de danos, fazendo com que a célula possa viver mais. É comprovado que a eficiência dos antioxidantes biológicos é maior que a dos sintéticos.
Um novo suplemento é o CELLFOOD, que consiste em 78 oligoelementos iônicos / coloidais e minerais combinados com 34 enzimas e 17 aminoácidos, todos suspensos em uma solução de sulfato de deutério.
Fonte:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691511002730
A eficácia do CF tem sido evidenciada no tratamento contra a fibromialgia, uma síndrome de dor crônica (essa dor se manifesta principalmente nos músculos) sem cura.Uma das causas dessa síndrome pode ser o estresse oxidativo, vindo de uma disfunção mitocondrial. Isso indica que a modulação de antioxidantes pode ser importante no tratamento dessa patologia. Com a suplementação oral de CF por seis meses, houve uma significativa melhora nos sintomas da fibromialgia e na saúde dos pacientes fibromiálgicos com relação ao placebo. O que indica uma importância do CELLFOOD como uma fonte de oxidantes.
            Esse efeito positivo também foi demonstrado com a suplementação de CELLFOOD em ciclistas profissionais. Sabe-se que, durante o exercício físico, a produção de radicais livres aumentam, devido à maior necessidade de energia, portanto, à uma maior taxa de glicólise e também para a ativação de glóbulos brancos. Esses devem ser rapidamente neutralizados pelo organismo, caso contrário causarão danos ao mesmo. Os atletas que receberam o suplemento mostraram um aumento da adaptação às situações de exercício intenso isso possivelmente por meio de mecanismos que envolvem a proteção antioxidante promovida pelo CF.
O poder antioxidante do CF foi medida pelo teste de BAP (potencial antioxidante Biológica). O método é baseado na capacidade de uma solução colorida, contendo íons férrico (Fe3 +) adequadamente ligado a um substrato específico cromogênico, para descolorir quando seu Fe3 íons + são reduzidos a íons ferrosos (Fe2 +) após a adição de um sistema de redução. A intensidade da descoloração é avaliado por fotometria em 505 nm; intra e inter-ensaio coeficientes de variação são menos de 5,5%. 
Fonte: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691511002730Outros testes foram feitos para avaliar a sua capacidade antioxidante principalmente na proteção de outros antioxidantes como o GSH e na proteção do DNA e dos lípidios(especialmente os formadores das membranas).








Pela análise dos gráficos, percebe-se que o CELLFOOd diminui de forma significativa os danos oxidativos e a produção de ROS.
A manutenção do GSH é feita através da proteção dos aminoácidos laterais dele, o CELLFOOD sofre a oxidação no lugar dele. Esse antioxidante (GSH) é usado para proteger os grupos sulfidrila de proteínas e para manter um status redox adequado das células.
Mecanismos de proteção parecidos evitam a oxidação do DNA e de lipídios de membrana.
A proteção ao DNA é muito importante por evitar mutações nele, essas levariam à indução da apoptose, ou mesmo ao surgimento de um câncer.
Ao evitar que lipídios de membrana sejam oxidados, impede-se uma potencialização da apoptose, pois  a cardiolipina continuará prendendo o citocromo c (reveja o post sobre apoptose). Além disso, manterá a integridade das membranas, o que também é importante para a sobrevivência das células e suas estruturas.
Com tudo isso, o CELLFOOD se apresenta como um interessante meio de prevenção do estresse oxidativo, podendo assim, retardar alguns sintomas observados no envelhecimento. Mas, não se pode esquecer que isso não evitaria o envelhecimento, pois ainda há os telômeros que controlam o tempo de vida das células. Ele apenas atrasa esse processo natural.
                                                                                                            Escrito por: Tainá Barreto

domingo, 3 de julho de 2011

Câncer e envelhecimento

          
          Como sabemos, existe uma íntima relação entre o processo de envelhecimento e o acúmulo de danos celulares. Com o passar dos anos, alguns processos celulares de reparo de danos do processo de replicação vão sendo deteriorados. O mecanismo básico, que está diretamente ligado ao processo de formação de tumores, são erros no processo de divisão celular.
          A senescência, que é um processo pelo qual a célula encerra suas divisões, deveria agir como um inibidor dos tumores, já que a célula perderia sua capacidade de se dividir. Já foi comprovado que os genes responsáveis pela senescência são os genes supressores de tumor, ou seja, genes que impedem que erros na divisão celular se propaguem às células filhas, o que caracterizaria um tumor.
          O acúmulo de mutações genéticas depende da atividade de replicação da célula, sendo as mutações que geram os acúmulos de danos as responsáveis pelo possível surgimento do câncer. Os principais genes que podem ser danificados quando se fala de câncer são o p53 e o pBb, que codificam proteínas que regulam o ciclo de divisão celular.
          Apesar de os processos de acúmulos de danos celulares estarem diretamente relacionados com o processo das neoplasias, o aumento da incidência de câncer em idosos, depende de outro fator. O microambiente gerado pelas células em processo de senescência pode contribuir para o surgimento de tumores em células portadoras de mutações genéticas.  
         O acúmulo de células senescentes em um determinado tecido, pode determinar a destruição da matriz extracelular através da redução dos inibidores de mataloprotases e aumento da produção de colagenases, substâncias relacionadas com o processo de envelhecimento.
          Também podemos citar a outras substâncias relacionadas com os tumores e o envelhecimento, como a IL-1 e a heregulina. O aumento dessas biomoléculas pode promover um aumento na produção de fatores de crescimento, ou aumentar o número de receptores de superfície celular, podendo contribuir para o surgimento de neoplasia, pois e célula receberá estímulos para se dividir.
           Um aspecto curioso no que diz respeito aos tumores é que, os processos fundamentais que a célula usa para que a vida se mantida, ou seja, crescimento e replicação, também são fundamentais para que o tumor seja mantido. Por isso a célula possui diversos mecanismos de controle da divisão, para que possíveis erros não ocorram ou possam ser corrigidos. Em idosos, esse sistema de correção pode estar defasado pelo acumulo de danos, abrindo espaços para o surgimento do câncer.

Escrito por: Elker Siqueira Ávila

Referência bibliográfica:
-http://www.medcenter.com/medscape/Content.aspx?id=777