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terça-feira, 14 de junho de 2011

Watch n Ask: O que pode ser feito para retardar o processo de envelhecimento?

(Pergunta do grupo de Colesterol)



Atualmente o único método comprovado para se aumentar a expectativa de vida em mamíferos é a privação calórica; o que significa comer muito menos do mínimo exigido de calorias diárias. Experimentos realizados em camundongos provaram que estes, quando submetidos a este método, podem viver com saúde estável até um terço a mais do que outros camundongos que se alimentam normalmente. Pessoas que praticam a dieta hipocalórica relatam diminuição de doenças associadas ao envelhecimento; no entanto, passam a apresentar fraqueza, frio constante nas extremidades e pouca disposição física (até mesmo para o sexo). Dois famosos cientistas e experimentadores, Aubrey de Grey e Raymond Kurzweil, através de outros métodos buscam obter as mesmas vantagens (sem os prejuízos) para organismo da privação calórica no processo de rejuvenescimento.

Segundo Aubrey de Grey, o mais radical dentre os dois pesquisadores, pode-se apontar e corrigir os principais problemas que levam os organismos ao envelhecimento, os quais seriam:

·                Mutação cromossômica – algumas transformações celulares podem levar ao surgimento de tumores malignos; dita ocorrência poderia ser diminuída pelo uso da terapia genética a qual impediria, por meio de modificações no DNA celular, a produção pela célula da enzima telomerase, principal responsável pela proliferação das células cancerígenas.
·                Gordura das células – a célula acumula um resíduo de gordura chamado lipofuscina que aumenta indefinidamente à medida que a célula envelhece. Para impedir o acúmulo desta gordura indevida, enzimas especialmente modificadas por terapia genética poderiam agir como rejuvenescedores celulares ao retirar este acúmulo.
·                Enrijecimento – à medida que se envelhece, as moléculas começam a se enlaçar umas às outras, provocando o endurecimento de tecidos. Uma solução para dito problema seria a criação de drogas que prevenissem o entrelaçamento molecular.
·                Morte celular – células não divisíveis no coração e no cérebro não são substituídas ao morrerem; a fim de compensar tal desbalance poderiam ser subministradas transfusões periódicas de células-tronco, as quais induziriam a reprodução destas células indivisíveis.
·                Doença de Alzheimer – plaquetas amiloides, produzidas pelo organismo à medida que o corpo envelhece, estão associadas a doenças degenerativas. Uma solução para este problema seria a confecção de vacinas que aumentassem a resposta imunológica do organismo humano perante estas “plaquetas defeituosas”, eliminando-as.   
·                Radicais livres – cadeias de DNA mitocondrial podem ser atacadas por radicais livres (pois a respiração celular os produz e a proximidade dos elementos na matriz mitocondrial aumenta a probabilidade de ocorrer interações), sofrendo oxidação, o que causa, entre outros fatores, o envelhecimento. Criação de um “backup” biológico, de modo que partes sadias do DNA mitocondrial no interior do núcleo celular seria uma boa solução.
·                Células rebeldes – ditas células têm a curiosa característica de se recusarem a morrer (sofrer apoptose), provocando desequilíbrios no organismo (estão entre as causas do diabetes). Para provocar a morte destas células poderiam ser inseridos nas células “genes assassinos”.

Já o cientista Raymond Kurzweil aposta numa série de suplementos que visam à reprogramar a bioquímica do organismo:

·           Glutationa – antioxidante, ajuda a regular o funcionamento do fígado. Trabalha também na produção de células que fortalecem o sistema imunológico. Reduz o dano celular gerador de várias modalidades de câncer.
·           Ácido Alfalipoico – antioxidante e anti-inflamatório, é eficaz no combate aos radicais livres.
·           Biotina – vitamina hidrossolúvel, é do mesmo grupo do complexo B. É conhecida também como vitamina H. Atua na produção de ácidos graxos, anticorpos e enzimas digestivas.
·           Fosfatidilcolina – atua nos tecidos gordurosos. Funciona para as doenças coronárias causadas pelo acúmulo de gordura nas artérias.
·           Ubiquinol – transforma os nutrientes em energia. Aumenta o volume de sangue bombeado pelo coração através do sistema vascular. De fácil absorção pelo organismo. É uma forma de reduzida de coenzima, um antioxidante natural.

Como foi dito no parágrafo introdutório, os métodos citados acima são em sua maioria especulativos que com o avanço da medicina e tecnologia se mostrarão válidos ou não. Mais uma vez, tomando as ideias de Raymond kurzweil, pode-se estabelecer três fases a caminho de uma vida duradoura:

·           Programa de longevidade – mudança de estilo de vida e hábitos alimentares, além de terapias antienvelhecimento (já é aplicado).
·           Revolução biotecnológica – uso crescente de terapias genéticas, de células-tronco, de clonagem e de substituição de tecidos e órgãos a fim de diminuir ao máximo a incidência de doenças no organismo humano (aproximadamente até 2023).
·           Revolução nanotecnológica – tal revolução poderá permitir a reconstrução total do corpo humano por nanorrobôs (chips inteligentes de escala infinitesimal) capazes de substituir neurônios e outras células, destruindo infecções, revertendo doenças degenerativas e reescrevendo códigos genéticos (a partir de 2045).

Referências bibliográficas: Revista Veja Editora ABRIL edição 2221 - ano 44 - nº 24 15 de junho de 2011 págs. 138, 139, 140, 141, 142, 143, 146, 147, 148 e 149.

Autor: Diogo Cordeiro


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