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terça-feira, 31 de maio de 2011

O envelhecimento e os neurotransmissores



Como já sabemos, o processo de envelhecimento esta diretamente ligado a um declínio das funções orgânicas em todo o organismo, sobretudo dos sistemas bioquímicos do mesmo. Assim como qualquer outra parte do corpo, o sistema nervoso central também sofre com essas alterações do envelhecimento, abrindo espaços para os problemas neurodegenerativos que surgem com a idade.
Um desses problemas esta relacionado com os chamados neurotransmissores.   Neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelas células do sistema nervoso, os neurônios, e são extremamente importantes para que o organismo efetue respostas mediante estímulos vindos do meio ambiente e também para que o corpo mantenha o bom funcionamento de seus componentes, essencialmente através da transmissão de sinais que controlam as funções do organismo. Durante o envelhecimento há uma relativa queda na produção, liberação e metabolismo dos neurotransmissores, assim como queda na produção de mensageiros secundários envolvidos na transdução de sinais, como íons e enzimas.
Uma das principais substâncias envolvidas na transmissão dos sinais nas células nervosas é o íon cálcio, responsável pela liberação dos neurotransmissores na sinapse e ativação dos neurônios e de proteínas envolvidas nesse processo. As principais enzimas afetadas no processo do envelhecimento são aquelas relacionadas com o sequestro de radicais livres assim como aquelas envolvidas na homeostase do cálcio. Em um cérebro envelhecido, a concentração de cálcio intracelular pode aumentar significativamente, levando a célula nervosa à morte.
Um bom exemplo de neurotransmissor que tem sua atividade afetada com o avanço da idade é a acetilcolina, que tem sua produção reduzida. No idoso, as células nervosas possuem certa dificuldade na importação de glicose, a partir da qual é produzida uma substância chamada acetilcoenzima A, num processo chamado glicólise anaeróbica. A acetilcoenzima A é um substrato chave na síntese de acetilcolina. Outros exemplos de neurotransmissores que têm sua produção afetada com a idade são: o ácido gama-aminobutíruco (GABA), serotonina, catecolaminas e, sobretudo, os neurotransmissores dopaminérgicos, os quais, quando entram em distúrbio, são responsáveis pelas alterações motoras presentes em idades avançadas.
Outras alterações que merecem destaque estão relacionadas aos receptores dos neurotransmissores, os quais são responsáveis pela condução do sinal para outro neurônio, no caso das sinapses, ou para regiões efetoras do sinal, como um órgão ou um músculo, através do reconhecimento do neurotransmissor. Com o avanço da idade, podem acorrer falhas na síntese desses receptores, comprometendo a atividade normal do sistema nervoso.

Bibliografia:
envelhecimento e neurodegenegação: uma visão bioquímica.

Escrito por: Elker Ávila

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