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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Síndrome de Werner

Conceito
A síndrome de Werner é uma doença hereditária autossômica recessiva rara em que seus portadores apresentam sintomas de envelhecimento precoce (pode ser denominada também de síndrome do envelhecimento precoce) associado a dois principais fatores: diferentes graus de intolerância a glicose e hipogonadismo. Além disso, outras comuns manifestações que caracterizam essa doença são:
- aparição de alterações na pele (há áreas com hiperpigmentação, perda precoce de cabelo e unha amarelada e quebradiça)
- calcificações subcutâneas;
- arteriosclerose prematura
- catarata.

Histórico
A síndrome de Werner foi reportada pela primeira vez no ano de 1904 por Otto Werner, que descreveu os casos de quatro membros de uma mesma família com quadro sugestivo de esclerodermia, catarata e sinais de envelhecimento precoce. Atualmente, a doença permanece classificada como rara e até hoje foram descritos aproximadamente 1.000 casos de portadores da síndrome de Werner em todo mundo, sendo que 75% desses portadores são japoneses.

Etiologia
A fisiopatologia da síndrome de Werner tem como causa um defeito na enzima DNA Helicase, cuja função é de reconhecer a origem de replicação da molécula de DNA e desenrolar sua dupla hélice, utilizando energia derivada da reação de hidrólise da molécula de ATP. Devido à ação da DNA Helicase, a cadeia dupla da molécula de DNA é convertida em duas cadeias simples antiparalelas. Na síndrome de Werner, há uma mutação no gene WRN, que é responsável por codificar a DNA Helicase.

Aspectos clínicos
A síndrome de Werner é caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas semelhantes ao envelhecimento em estágios precoces de suas vidas. Seu quadro cutâneo é similar ao da esclerose sistêmica, sendo que alguns casos de síndrome de Werner são confundidos inicialmente com esclerose sistêmica.
O hipogonadismo é uma alteração importante no desenvolvimento da doença, tal termo médico indica um defeito no sistema reprodutor que resulta na redução da função dos ovários ou dos testículos, afetando sobretudo produção de hormônios e gametas.
Há uma tendência de os cabelos se apresentarem grisalhos desde cedo e um espessamento cutâneo da face e extremidades. Além disso, pode haver calcificação em partes moles do corpo, conforme pode ser visualizado na radiografia abaixo:

É comum ocorrer também aterosclerose prematura, que se deve em grande parte aos baixos níveis de HDL (“colesterol bom”) e altos níveis de LDL (“colesterol ruim”), evidenciando um quadro de hiperlipidemia.

É comum também uma perda de sensibilização à insulina, o que provoca diabetes mellitus do tipo 2. Outras alterações de não-rara ocorrência são: úlceras cutâneas, osteoporose, disfunção da tireoide, atrofia muscular, produção de catarata e voz estridente.
O diagnóstico é feito em média aos 36 anos de idade. A expectativa média de vida de um portador da síndrome de Werner é de 46 anos, sendo que as principais causas de morte incluem doenças malignas, acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio.

Referências bibliográficas:
- KAYSER, C. et al. Síndrome de Werner Associada a Quadro Esclerodermiforme: Relato de Caso e Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 48, p.125-130, mar/abr, 2008.
- HAUACHE, O. et al. Síndrome de Werner: aspectos clínicos e endocrinológicos. Arq. Bras. Endocrinol. Metab.; 37(4):187-95, dez. 1993.
http://www.ufpe.br/biolmol/Genetica-Medicina/progeria1.htm

Escrito por: João Paulo Yoshio da Silva



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